"O Homem, nascido da mulher, é curto de dias e farto de inquietação. Sai como a flor e se seca: foge também como a sombra e não permanece. Sobre tal homem abres teus olhos e o fazes entrar em juízo contigo? Quem do imundo tirará o puro? Ninguém. Visto que seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses. Tu lhe puseste limites e não os ultrapassarás. Desvia-te dele, para que tenha repouso, até que, como o jornaleiro, tenha contentamento no seu dia. Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão seus renovos. Caso se envelheça na terra sua raiz, e morra seu tronco no pó, ao cheiro das águas brotará e dará ramos como a planta. Porém morrendo o homem, é consumido; sim, rendendo o homem o espirito, então onde estás? Como as águas se retiram do mar; e o rio se esgota e fica seco, assim o homem se deita e não se levanta; até que não haja mais céus, não o acordará nem se erguerá de seu sono".
No capítulo 14, Jó se concentra em descrever a condição humana: ser “nascido de uma mulher”, “curto de dias” e “cheio de problemas” (v. 1). É exatamente o oposto do Jardim do Éden, onde os seres humanos foram criados e formados por Deus para viver eternamente e andar em paz com o seu Criador. Agora os seres humanos são como as rosas que desabrocham e são cortadas, e como as sombras se movem e somem (v. 2).
Jó sente que os olhos de Deus estão sobre ele e que está sob investigação e juízo (v.3). E lamenta não ter nada de bom e perfeito a mostrar, pois herdou a degeneração pós queda e possui a semente da morte no corpo, como resultado dos pecados de Adão e Eva: “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém!”(v. 4).
Jó segue comparando uma árvore e o ser humano quanto à esperança de uma nova vida:quando uma árvore é cortada, parece que ela morreu, mas voltará a brotar; as águas da chuva podem renovar uma árvore seca (v. 7-9). Por outro lado, quando um homem forte enfraquece e morre, não mais retornará à sua vida anterior (v. 10).
Então Jó descreve a condição das pessoas após a morte: o homem se deita e não se levanta até que os céus deixem de existir (v. 12). Jó não acredita na imortalidade da alma, ou que uma parte do ser humano (sua alma) continue a existir após a morte.
Jó diz: “Se tão somente me escondesses na sepultura e me ocultasses até passar a tua ira! Se tão somente me impusesses um prazo e depois [na ressurreição] Te lembrasses de mim! “(v. 13 NVI).
Jó afirma que conhece a Deus e que responderá quando Deus o chamar do túmulo, pois sabe que Ele ama os seres humanos que fez (v. 15).
Por agora, o Senhor está observando os passos de Jó, mas Jó sabe que com Deus há perdão e não levará em conta seus pecados contra Ele, porque todos eles estão encerrados em um saco (v. 16).
Jó apresenta aqui em termos bastante claros o anseio pela ressurreição e pela expiação. Temas fundamentais para a humanidade e que somente vieram a ser melhor compreendidos a luz dos ensinos de Jesus que declarou: “Eu sou a ressurreição e a Vida”.